Helder Moura
Domingo, 24 de Abril de 2011Chamou atenção uma troca de emails entre o poeta Ivaldo Gomes, militante incansável na Internet, e o auditor fiscal Virgulino Alencar, polemista conhecido nas hostes do Fisco. O assunto em pauta é a situação financeira do Estado, nestes primeiros três meses de Governo.
O assunto é pertinente em função das atuais demandas de várias categorias, como professores, médicos e policiais, em estado de permanente articulação por melhorias salariais, negadas pelo Governo. Alega-se a incapacidade financeira do Estado para honrar o aumento de despesas.
O assunto é pertinente em função das atuais demandas de várias categorias, como professores, médicos e policiais, em estado de permanente articulação por melhorias salariais, negadas pelo Governo. Alega-se a incapacidade financeira do Estado para honrar o aumento de despesas.
Ainda há poucos dias, vários secretários (Aracilba Rocha, Gilberto Carneiro e Luzemar Martins) vieram a público para afirmar que, até o final do ano, o Governo continuará com o caixa no vermelho. A alegação é mesma e surrada de sempre: o Estado está (ou estava) quebrado.
Por isto se tornam tão interessantes informações colhidas no balanço do Estado por Virgulino e reveladas: “Os valores acumulados da receita (a corrente líquida, que serve de base para cálculo do percentual da folha ) de Janeiro/Março/2011 já atingiram R$ 1.448.062.277,18”.
Segue Virgulino: “Vamos colocar, por cima, a folha em R$ 200 milhões, o que dá R$ 600 milhões no trimestre. Ora, 60% de R$ 1.448.062.277,18, dá R$ 868.932.000,00, havendo uma sobra de limite de R$ 268.932.000,00, que dá para atender a muitas demandas dos servidores”.
O arremate é ainda mais instigante: “Falta luta dos sindicatos e sobra dinheiro e peleguismo”. Ou seja, há dinheiro em caixa, até porque o Estado jamais esteve quebrado. O risível discurso de quebradeira é só pra justificar redução de duodécimo, demissões e negar reajuste salarial.
O Governo claramente está fazendo caixa com o sacrifício alheio, eis a verdade. Com a palavra os sindicatos e o pessoal da área financeira do Estado.